Novos Catecismos - Palavra do nosso Bispo

1. Estamos ainda a viver o Tempo do Natal, que termina amanhã, com a Festa do Baptismo do Senhor. O Natal é um acontecimento na vida de Cristo e na vida da Igreja e com fortes repercussões na vida do mundo e da sociedade em geral que nos impressiona espontaneamente e impressiona a própria sociedade. É um acontecimento que não apenas evoca em nós emocionantes recordações de infância, mas nos coloca frente a frente com a bondade infinita que aceita o desafio da Encarnação para nos levar à condição de Filhos de Deus, restituindo a todo o género humano a primitiva condição, de facto estragada pela maldade e pelo pecado dos homens e mulheres de todos os tempos.

É neste espírito e neste ambiente de Natal que nós celebramos o louvor de Deus e nos dispomos a ser seus instrumentos na comunicação da mensagem evangélica através da catequese à s crianças e aos adolescentes, nas distintas paróquias da nossa Diocese.

2. Por isso estamos aqui principalmente para abrir o nosso coração à luz e à sabedoria divinas. Ser catequista, porque envolve não só transmitir um conjunto de conhecimentos, mas sobretudo uma maneira de viver verdadeiramente conformada com a Pessoa de Cristo que toca o coração das pessoas para as boas decisões e as consequentes boa práticas, é um serviço que supera as capacidades humanas. Por isso na realidade o único catequista é o mesmo Jesus Cristo que, através da Sua Igreja, da qual recebemos o convite a partir dos ministros ordenados e com o apoio de toda a comunidade, chama cada um de nós catequistas para se associar a Ele no desempenho desta importante missão.

3. Estamos-lhe profundamente gratos porque Ele nos chama a ser catequistas e sentimos, por isso, a necessidade de abrir o nosso Coração à sabedoria que vem do alto, porque só ela pode suprir as nossas limitações e dar-nos o suplemento de competência exigido pela nobreza da missão que nos é confiada.
E hoje fala-nos de Sabedoria a pequena leitura que acabámos de escutar.
Aí se nos diz: “ A Sabedoria é o esplendor de Luz eterna, o espelho puríssimos da actividade de Deus e a imagem da sua bondade”.

A nós catequistas, no exercício do ministério do Ensino que nos é confiado pertence-nos sobretudo deixar que esse esplendor se reflita nas nossas vidas e nas vidas daqueles que nos são confiados. De facto o caminho escolhido por Deus para se revelar ao mundo é a vida dos homens do nosso tempo. Cada um de nós de facto é chamado a reproduzir com a máxima fidelidade a verdadeira bondade de Deus.

Na mesma sabedoria está a fonte da desejada renovação do mundo e da história, a começar pelas nossas vidas e pela vida da Igreja.
Esta Sabedoria vem do alto, porque é o próprio Deus a comunicar-se, mas também se transmite de geração em geração, sobretudo através das almas santas, como diz o texto bíblico.

A transmissão de Fé há-de ser a preocupação do Catequista, como de todos os fiéis e da Igreja como tal; uma transmissão que se realiza pelo que ensinamos, mas sobretudo pelo que vivemos.
Vamos abrir o coração a Deus e à Sua Sabedoria para sermos verdadeiros catequistas.

Guarda, 10 de Janeiro de 2009

+Manuel da Rocha Felício, Bispo da Guarda