terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Recolecção para o Clero na Guarda

Dia 2 de Março (Seminário do Fundão) e no dia 3 (Seminário da Guarda), com início às10H00 realizam-se as habituais recolecções do Clero da Diocese da Guarda.
São orientadas pelo Reverendo Padre António Manuel Baptista Lopes, dos missionários do Verbo Divino, que é originário da nossa Diocese.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Falecimento de um Sacerdote



No sábado, dia 21 de Fevereiro, faleceu no Seminário Maior onde residia, o Rev.do Padre Manuel Gonçalves Martins Leitão.
A Missa exequial foi presidida no dia seguinte pelo Senhor Bispo em Osendo. Concelebraram alguns sacerdotes. Na homilia, o Sr. D. Manuel lembrou o ministério pastoral deste sacerdote, especialmente a sua dedicação ao ensino e aos jovens. Apelou à oração por novas vocações que venham ocupar o lugar vago pela morte deste sacerdote.
No final da Eucaristia, o cortejo fúnebre seguiu para o cemitério local onde ficou sepultado.

Dados Biográficos:
O Pe. Manuel Gonçalves Martins Leitão era natural de Quadrazais, arciprestado e concelho do Sabugal, desta diocese da Guarda.
Nasceu no dia 11 de Novembro de 1916 e baptizado a 11 de Fevereiro do ano seguinte. Foram seus pais João Gonçalves Martins e Maria Joaquina Janela Leitão.
Frequentou os Seminários Diocesanos de (1926-1937). Foi ordenado diácono no dia 1 de Janeiro de 1939 e presbítero no dia 13 de Agosto do mesmo ano, por D. José Alves Matoso.
Exerceu o ministério pastoral como Director Espiritual do Seminário do Fundão; no Colégio de S.José (Guarda) e Director do Colégio Nun´Álvares de Gouveia (l965-1987). Foi ainda pároco de Melo (1983-2008) e Linhares de (1988-l995).
Foi dispensado da paroquialidade em 2008, ficando a residir no Seminário Maior da Guarda.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Mensagem para a Quaresma de 2009




Jesus preparou-se para a Missão rezando e jejuando durante 40 dias e 40 noites (Mt.4,2). Assim nos diz também o que deve ser a nossa Quaresma: Um tempo forte de renovação pessoal e comunitária, para preparar o encontro vivo com o Ressuscitado, na Páscoa.
A Quaresma é o grande retiro de todo o Povo de Deus. E, enquanto retiro, é tempo de alguma paragem para centrarmos a nossa atenção no essencial da nossa vida de cristãos e também de cidadãos; é tempo de oração mais intensa e de encontro mais frequente com a Palavra de Deus; é tempo de fazer contenção face a excessos de vária ordem para que somos solicitados a todo o momento.
Neste grande retiro de 40 dias, somos chamados a renovar e a aprofundar a nossa Fé. Por isso, a formação cristã há-de estar no centro da nossa vivência da Quaresma. Talvez alguns de nós, durante a parte do ano pastoral já decorrida, ainda não tenham tido oportunidade de iniciar o estudo da III parte do Catecismo da Igreja Católica sobre a Moral do Seguimento de Cristo, que faz parte do nosso programa para o ano pastoral em curso. É bom que aproveitemos bem a Quaresma para ler ou reler o pequeno livro que publicámos com o resumo desta parte do Catecismo; é bom que cada uma das nossas comunidades, durante a Quaresma, encontre formas renovadas para relembrar a todos esta obrigação e ajudar a cumpri-la. Convido, por isso, para que os diferentes programas de formação da fé conduzidos por paróquias ou grupos de paróquias, nesta Quaresma, se orientem preferencialmente para aprofundar a Moral do Seguimento de Cristo. Também eu espero orientar nessa direcção as catequeses quaresmais durante os seis domingos da Quaresma.
Uma outra nota marcante da nossa tradição diocesana são os retiros organizados com proximidade à vida dos fiéis. Renovo o convite para que em cada arciprestado haja, nesta Quaresma, pelo menos um retiro aberto, com data e lugar atempadamente marcados e anunciados em todas as respectivas paróquias.
O Santo Padre, na sua mensagem para a Quaresma, convida-nos principalmente a viver o verdadeiro espírito do jejum que nos é recomendado pela disciplina da Igreja. Com a prática do jejum, queremos, antes de mais, dizer a nós mesmos e à sociedade o seguinte: é na relação de dependência amorosa com o Senhor da vida e do mundo que cumprimos a nossa vocação e a nossa missão.
É certo que o jejum também pode ser um bom contributo para a saúde física, para o fortalecimento da auto-disciplina e para a prática da solidariedade com os mais necessitados. Mas o essencial do nosso jejum é libertar-nos interiormente para a relação viva e vital com Cristo Ressuscitado.
Para além do jejum assim entendido, a Quaresma lembra-nos o grave dever da partilha de bens materiais com os mais necessitados. Costumamos cumprir este dever com a nossa renúncia quaresmal. É costume todos os anos indicar um destino concreto para a renúncia quaresmal. O ano passado foi principalmente para as vítimas das grandes cheias que afectaram a vida de milhares moçambicanos.
Este ano vamos destiná-la principalmente para apoio à Irmãs da Liga dos Servos de Jesus, que estão, desde há um ano, em Angola, na Diocese de Sumbe, a iniciar um projecto de acção missionária.
Também estamos muito sensibilizados para o número de desempregados que todos os dias cresce nos nossos meios. Por isso, uma parte dessa renúncia vamos destiná-la para ajudar famílias vítimas do desemprego e algumas a viverem situações de pobreza envergonhada. Procuraremos fazê-lo através dos serviços da Caritas implantados no terreno.

Guarda, 20 de Fevereiro de 2009

+Manuel Felício, Bispo da Guarda

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Dia Diocesano da Juventude na Guarda

O Dia da Juventude promovido pela Diocese da Guarda vai decorrer este ano na Vila de Belmonte, a 4 de Abril.

O Departamento da Pastoral Juvenil (DPJG) prevê “muita surpresa e animação”, num dia que se denominará "Caminhos Paulinos".


O programa:
09h30 - junto à Igreja Paroquial, Eucaristia presidida pelo Bispo diocesano, D. Manuel Felício.
Haverá actividades espalhadas pela Vila
16h00 concerto com os "Terceira Margem" (Banda Católica)


Para mais informações: cfguarda.blogspot.com

Homilia - Dia Mundial dos Doentes

1.Reunimo-nos aqui para dar cumprimento ao convite do Santo Padre dirigido a todas as Igrejas Diocesanas para que se reúnam à volta do seu Bispo, em momento forte de oração, a fim de reflectir e decidir iniciativas de sensibilização acerca da realidade do sofrimento.

2.A Palavra de Deus, hoje proclamada em todas as assembleias eucarísticas, no dia também comemorativo das aparições de Nossa Senhora em Lurdes à Jovem Bernardete, sublinha em primeiro lugar, a grandeza da nossa condição humana.
Somos criaturas de Deus, que nos arrancou ao pó da terra, insuflando-nos com o seu sopro de vida. Diz-nos também o Evangelho que reside no mais fundo do coração de cada ser humano a fonte única de tudo o que o constrói a ele e a quantos com ele constituem o tecido da Sociedade mas também daquilo que o pode destruir a si mesmo com repercussão nos seus semelhantes. É esta a nossa condição humana. Sujeitos de uma dignidade sem medida, mas também sujeitos a decisões que temos de tomar em cada momento que passa sempre com repercussão na rede social e comunitária.

3.Neste Dia Mundial do doente, o Papa Bento XVI convida-nos a todos nós enquanto cristãos e membros da Igreja a pensarmos formas inovadoras de exercermos a nossa responsabilidade comunitária para com os irmãos doentes.
A nossa atenção deve centrar-se, por indicação do Santo Padre nas crianças e nas pessoas mais fracas e indefesas, principalmente nas crianças doentes e a sofrerem por qualquer motivo. Lembra as crianças feridas no corpo e na alma, que são vítimas de guerras e de conflitos; lembra os meninos da rua, sem família; lembra os mais pequeninos que morrem à fome, à sede ou com falta de cuidados de saúde.
Perante estes e outros factos em que o sofrimento alastra pela vida das pessoas, o Papa pede às comunidades, paróquias e dioceses que levem a sério a consciência de serem “famílias de Deus”, portanto com a missão de acolherem, acompanharem e ajudarem a viver com esperança estas situações de sofrimento.
Apela também a uma colaboração cada vez mais intensa e organizada entre os profissionais de saúde das instituições públicas e as comunidades cristãs sediadas no mesmo território.
Por sua vez, continua a lembrar-nos o Santo Padre, as comunidades cristãs, através de grupos mandatados para esse efeito devem ajudar as famílias dos que sofrem, procurando criar um clima de serenidade e de esperança.
Desta forma como cristãos e comunidades cristãs damos o melhor testemunho de amor à vida humana.
Na parte final da mensagem que nos enviou com data de 2 de Fevereiro, o Santo Padre faz questão de se associar espiritualmente a quantos estão marcados pela doença e lembra o exemplo luminoso do Papa João Paulo II pela forma como aceitou o sofrimento na parte final da sua vida.
Confessa uma confiança muito especial no apoio materno de Nossa Senhora para quantos passam por situações dolorosas de sofrimento.
De facto , Santuários Marianos como o de Nossa Senhora de Fátima e Nª Srª de Lurdes, sempre foram lugares de acolhimento aos doentes e iluminação do sofrimento humano com a esperança cristã.
Nesta celebração do Dia Mundial do doente na nossa Diocese também queremos pedir a Deus através da solicitude maternal de Maria Santíssima que nos ajude no conjunto das nossas Paróquias a organizar bem este serviço da comunidade em favor dos irmãos que estão doentes, segundo os critérios simples e claros que o Santo Padre nos aponta.

+Manuel da Rocha Felício, Bispo da Guarda

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Mensagem do Papa Bento XVI para a Quaresma 2009

"Jejuou durante quarenta dias e quarenta noites e,
por fim, teve fome" (Mt 4, 1-2)



Queridos irmãos e irmãs!

No início da Quaresma, que constitui um caminho de treino espiritual mais intenso, a Liturgia propõe-nos três práticas penitenciais muito queridas à tradição bíblica e cristã – a oração, a esmola, o jejum – a fim de nos predispormos para celebrar melhor a Páscoa e deste modo fazer experiência do poder de Deus que, como ouviremos na Vigília pascal, «derrota o mal, lava as culpas, restitui a inocência aos pecadores, a alegria aos aflitos. Dissipa o ódio, domina a insensibilidade dos poderosos, promove a concórdia e a paz» (Hino pascal). Na habitual Mensagem quaresmal, gostaria de reflectir este ano em particular sobre o valor e o sentido do jejum. De facto a Quaresma traz à mente os quarenta dias de jejum vividos pelo Senhor no deserto antes de empreender a sua missão pública. Lemos no Evangelho: «O Espírito conduziu Jesus ao deserto a fim de ser tentado pelo demónio. Jejuou durante quarenta dias e quarenta noites e, por fim, teve fome» (Mt 4, 1-2). Como Moisés antes de receber as Tábuas da Lei (cf. Êx 34, 28), como Elias antes de encontrar o Senhor no monte Oreb (cf. 1 Rs 19, 8), assim Jesus rezando e jejuando se preparou para a sua missão, cujo início foi um duro confronto com o tentador.

Podemos perguntar que valor e que sentido tem para nós, cristãos, privar-nos de algo que seria em si bom e útil para o nosso sustento. As Sagradas Escrituras e toda a tradição cristã ensinam que o jejum é de grande ajuda para evitar o pecado e tudo o que a ele induz. Por isto, na história da salvação é frequente o convite a jejuar. Já nas primeiras páginas da Sagrada Escritura o Senhor comanda que o homem se abstenha de comer o fruto proibido: «Podes comer o fruto de todas as árvores do jardim; mas não comas o da árvore da ciência do bem e do mal, porque, no dia em que o comeres, certamente morrerás» (Gn 2, 16-17). Comentando a ordem divina, São Basílio observa que «o jejum foi ordenado no Paraíso», e «o primeiro mandamento neste sentido foi dado a Adão». Portanto, ele conclui: «O “não comas” e, portanto, a lei do jejum e da abstinência» (cf. Sermo de jejunio: PG 31, 163, 98). Dado que todos estamos estorpecidos pelo pecado e pelas suas consequências, o jejum é-nos oferecido como um meio para restabelecer a amizade com o Senhor. Assim fez Esdras antes da viagem de regresso do exílio à Terra Prometida, convidando o povo reunido a jejuar «para nos humilhar – diz – diante do nosso Deus» (8, 21). O Omnipotente ouviu a sua prece e garantiu os seus favores e a sua protecção. O mesmo fizeram os habitantes de Ninive que, sensíveis ao apelo de Jonas ao arrependimento, proclamaram, como testemunho da sua sinceridade, um jejum dizendo: «Quem sabe se Deus não Se arrependerá, e acalmará o ardor da Sua ira, de modo que não pereçamos?» (3, 9). Também então Deus viu as suas obras e os poupou.

No Novo Testamento, Jesus ressalta a razão profunda do jejum, condenando a atitude dos fariseus, os quais observaram escrupulosamente as prescrições impostas pela lei, mas o seu coração estava distante de Deus. O verdadeiro jejum, repete também noutras partes o Mestre divino, é antes cumprir a vontade do Pai celeste, o qual «vê no oculto, recompensar-te-á» (Mt 6, 18). Ele próprio dá o exemplo respondendo a satanás, no final dos 40 dias transcorridos no deserto, que «nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus» (Mt 4, 4). O verdadeiro jejum finaliza-se portanto a comer o «verdadeiro alimento», que é fazer a vontade do Pai (cf. Jo 4, 34). Portanto, se Adão desobedeceu ao mandamento do Senhor «de não comer o fruto da árvore da ciência do bem e do mal», com o jejum o crente deseja submeter-se humildemente a Deus, confiando na sua bondade e misericórdia.

Encontramos a prática do jejum muito presente na primeira comunidade cristã (cf. Act 13, 3; 14, 22; 27, 21; 2 Cor 6, 5). Também os Padres da Igreja falam da força do jejum, capaz de impedir o pecado, de reprimir os desejos do «velho Adão», e de abrir no coração do crente o caminho para Deus. O jejum é também uma prática frequente e recomendada pelos santos de todas as épocas. Escreve São Pedro Crisólogo: «O jejum é a alma da oração e a misericórdia é a vida do jejum, portanto quem reza jejue. Quem jejua tenha misericórdia. Quem, ao pedir, deseja ser atendido, atenda quem a ele se dirige. Quem quer encontrar aberto em seu benefício o coração de Deus não feche o seu a quem o suplica» (Sermo 43; PL 52, 320.332).

Nos nossos dias, a prática do jejum parece ter perdido um pouco do seu valor espiritual e ter adquirido antes, numa cultura marcada pela busca da satisfação material, o valor de uma medida terapêutica para a cura do próprio corpo. Jejuar sem dúvida é bom para o bem-estar, mas para os crentes é em primeiro lugar uma «terapia» para curar tudo o que os impede de se conformarem com a vontade de Deus. Na Constituição apostólica Paenitemini de 1966, o Servo de Deus Paulo VI reconhecia a necessidade de colocar o jejum no contexto da chamada de cada cristão a «não viver mais para si mesmo, mas para aquele que o amou e se entregou a si por ele, e... também a viver pelos irmãos» (Cf. Cap. I). A Quaresma poderia ser uma ocasião oportuna para retomar as normas contidas na citada Constituição apostólica, valorizando o significado autêntico e perene desta antiga prática penitencial, que pode ajudar-nos a mortificar o nosso egoísmo e a abrir o coração ao amor de Deus e do próximo, primeiro e máximo mandamento da nova Lei e compêndio de todo o Evangelho (cf. Mt 22, 34-40).

A prática fiel do jejum contribui ainda para conferir unidade à pessoa, corpo e alma, ajudando-a a evitar o pecado e a crescer na intimidade com o Senhor. Santo Agostinho, que conhecia bem as próprias inclinações negativas e as definia «nó complicado e emaranhado» (Confissões, II, 10.18), no seu tratado A utilidade do jejum, escrevia: «Certamente é um suplício que me inflijo, mas para que Ele me perdoe; castigo-me por mim mesmo para que Ele me ajude, para aprazer aos seus olhos, para alcançar o agrado da sua doçura» (Sermo 400, 3, 3: PL 40, 708). Privar-se do sustento material que alimenta o corpo facilita uma ulterior disposição para ouvir Cristo e para se alimentar da sua palavra de salvação. Com o jejum e com a oração permitimos que Ele venha saciar a fome mais profunda que vivemos no nosso íntimo: a fome e a sede de Deus.

Ao mesmo tempo, o jejum ajuda-nos a tomar consciência da situação na qual vivem tantos irmãos nossos. Na sua Primeira Carta São João admoesta: «Aquele que tiver bens deste mundo e vir o seu irmão sofrer necessidade, mas lhe fechar o seu coração, como estará nele o amor de Deus?» (3, 17). Jejuar voluntariamente ajuda-nos a cultivar o estilo do Bom Samaritano, que se inclina e socorre o irmão que sofre (cf. Enc. Deus caritas est, 15). Escolhendo livremente privar-nos de algo para ajudar os outros, mostramos concretamente que o próximo em dificuldade não nos é indiferente. Precisamente para manter viva esta atitude de acolhimento e de atenção para com os irmãos, encorajo as paróquias e todas as outras comunidades a intensificar na Quaresma a prática do jejum pessoal e comunitário, cultivando de igual modo a escuta da Palavra de Deus, a oração e a esmola. Foi este, desde o início o estilo da comunidade cristã, na qual eram feitas colectas especiais (cf. 2 Cor 8-9; Rm 15, 25-27), e os irmãos eram convidados a dar aos pobres quanto, graças ao jejum, tinham poupado (cf. Didascalia Ap., V, 20, 18). Também hoje esta prática deve ser redescoberta e encorajada, sobretudo durante o tempo litúrgico quaresmal.

De quanto disse sobressai com grande clareza que o jejum representa uma prática ascética importante, uma arma espiritual para lutar contra qualquer eventual apego desordenado a nós mesmos. Privar-se voluntariamente do prazer dos alimentos e de outros bens materiais, ajuda o discípulo de Cristo a controlar os apetites da natureza fragilizada pela culpa da origem, cujos efeitos negativos atingem toda a personalidade humana. Exorta oportunamente um antigo hino litúrgico quaresmal: «Utamur ergo parcius, / verbis, cibis et potibus, / somno, iocis et arcitius / perstemus in custodia – Usemos de modo mais sóbrio palavras, alimentos, bebidas, sono e jogos, e permaneçamos mais atentamente vigilantes».

Queridos irmãos e irmãos, considerando bem, o jejum tem como sua finalidade última ajudar cada um de nós, como escrevia o Servo de Deus Papa João Paulo II, a fazer dom total de si a Deus (cf. Enc. Veritatis splendor, 21). A Quaresma seja portanto valorizada em cada família e em cada comunidade cristã para afastar tudo o que distrai o espírito e para intensificar o que alimenta a alma abrindo-a ao amor de Deus e do próximo. Penso em particular num maior compromisso na oração, na lectio divina, no recurso ao Sacramento da Reconciliação e na participação activa na Eucaristia, sobretudo na Santa Missa dominical. Com esta disposição interior entremos no clima penitencial da Quaresma. Acompanhe-nos a Bem-Aventurada Virgem Maria, Causa nostrae laetitiae, e ampare-nos no esforço de libertar o nosso coração da escravidão do pecado para o tornar cada vez mais «tabernáculo vivo de Deus». Com estes votos, ao garantir a minha oração para que cada crente e comunidade eclesial percorra um proveitoso itinerário quaresmal, concedo de coração a todos a Bênção Apostólica.


Vaticano, 11 de Dezembro de 2008

in Vaticano

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Peregrinação Nacional de Acólitos 2009



Santuário de Fátima
1 de Maio de 2009


PROGRAMA

10.00h Encontro no Paulo VI
– Apresentação das dioceses
– Animação Paulina, com a apresentação dos trabalhos efectuados pelas dioceses

12.30h Missa na Igreja da Santíssima Trindade

16.00h Terço na Capelinha das Aparições

17.30h Procissão do Santíssimo Sacramento


Os acólitos devem trazer as suas próprias vestes litúrgicas
para se incorporarem nas celebrações e, tanto quanto possível,
devem vir de sapatos e não de ténis.

Para mais informações visite:http://acolitos.liturgia.pt

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Pastoral Litúrgica em destaque na Diocese da Guarda

A paróquia de São Romão, concelho de Seia, acolheu o XV Fim-de-Semana de Pastoral Litúrgica, da Diocese da Guarda. Esta acção de formação tinha como destinatários os fiéis da zona mais a oeste da nossa Diocese. Foi um desafio renovado e assumido pela equipa diocesana de Pastoral Litúrgica e Música Sacra, tão limitada pelo compromisso semanal na Escola de Ministérios Litúrgicos.

Esta acção de formação, destinada aos diversos ministérios litúrgicos: ministros extraordinários da comunhão, acólitos, leitores, cantores, salmistas, organistas…contou com a presença cento e trinta participantes leigos e religiosas, alguns sacerdotes da zona e um diácono também. O contentamento foi grande da parte dos presentes que voltaram às suas comunidades com vontade de prestar um serviço mais generoso a Deus e aos irmãos.


“Comunidades renovadas pela Comunhão da Palavra e do Pão” foi o tema desta formação que, na celebração da Eucaristia e no canto das Laudes, teve os seus momentos mais significativos. A Liturgia é algo para ser vivido e celebrado. O povo de Deus “vive da Palavra que vem da boca de Deus”, escutada especialmente quando é proclamada nas acções litúrgicas. É esta a escuta e meditação da Palavra e o Alimento Eucarístico que faz crescer e ficar mais robusto o Corpo de Cristo, que é a Igreja, presente nas comunidades locais.


Nas três conferências proferidas (Marco Daniel Duarte e Pe. José Dionísio) abordou-se a relação da Liturgia com a Catequese, as mudanças concretas a realizar nas nossas celebrações e a relação entre a participação na missa dominical e o compromisso social, em favor dos mais necessitados.
Não podemos deixar de referir aquilo que foram lamentos de novo repetidos neste Fim-de-Semana: aprendemos muito aqui, queremos ajudar nas nossas comunidades, mas em muitos lugares são os párocos a não quererem maior atenção às boas práticas litúrgicas! Além de sentirem, muitas vezes a oposição de leigos que troçam daqueles que vão destes encontros cheios de manias com as “cerimónias”, diversos participantes referiram que após anos de doação à vida pastoral e litúrgica, continuam a sofrer descriminações da parte dos párocos! Como responsável do Secretariado Diocesano da Liturgia considero que o desprezo pelas normas universais das celebrações litúrgicas garantes da profundidade e da beleza do louvor a Deus_ tem conduzido muitas comunidades cristãs à superficialidade e ao afastamento de muitos fiéis que depressa se fartam de tentativas de atrair fiéis com música pimba religiosa ou infantilismos nos símbolos e gestos. Chega de hipocrisias: nestes casos de que não conhecemos percentagens, os maiores culpados são os padres, que conhecem, pelo menos, a Constituição sobre a Sagrada Liturgia do Concílio Vaticano II!



Eu também sou pároco e, nas oito paróquias que me estão confiadas, também não se faz tudo bem. Todavia, esforço-me para que no diálogo e no respeito pelas tradições possamos caminhar na senda da Liturgia que verdadeiramente nos santifique. Chega de demagogias e de considerar estúpidos os fiéis leigos, ou ritualistas aqueles que sendo padres, seminaristas, diáconos ou religiosos tentar fazer mais e melhor!
Não aos fundamentalismos e não ao vale-tudo em matéria litúrgica. Que o Espírito Santo a todos nos ilumine. Amén.


Pe. José Dionísio, Director do Secretariado Diocesano da Liturgia da Guarda

domingo, 1 de fevereiro de 2009