Cristo Ressuscitou, aleluia!
A vida venceu a morte.
A tristeza deu lugar à alegria.
A Luz de Cristo ressuscitado iluminou as trevas da Humanidade
1. Foi esta a surpresa de Maria Madalena, quando, na madrugada da Ressurreição, juntamente com Maria, Mãe de Tiago e Salomé, se dirigiu, apressadamente, ainda escuro, para o Sepulcro de Jesus. Levavam Consigo os perfumes para embalsamar o corpo do seu Senhor, como era costume, pois não tiveram tempo de o fazer na Sexta-feira anterior e o Sábado era dia de descanso obrigatório, com a razão acrescida de que este era a grande festa anual da Páscoa Judaica.
Encontraram a pedra do Sepulcro removida, o corpo de Jesus não estava lá, mas estava um jovem vestido de branco que lhe explicou: “Não temais. Procurais Jesus de Nazaré: Ressuscitou. Não está aqui. Ide dizer aos discípulos que Ele vai adiante de Vós para a galileia. Lá o vereis”.
A surpresa foi grande e deu uma grande volta às suas vidas, que, desta forma renascem para a esperança, mas também para a responsabilidade de acompanharem, de novo, o Ressuscitado pelos caminhos da Galileia dos gentios.
Essa surpresa e essa grande mudança de vida têm que ser também hoje de todos os baptizados. Como sublinha S. Paulo, na passagem sempre escutada em todas as Vigílias pascais, “todos nós que fomos baptizados em Cristo fomos baptizados na sua morte. (Isto é), fomos sepultados com Ele pelo Baptismo na sua morte para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova”.
Por isso, aprofundando a consciência da nossa identificação com Cristo, nesta Páscoa nós queremos, como as mulheres que foram ao Sepulcro, deixar-nos surpreender pela novidade do Sepulcro vazio, mas sobretudo pela certeza de que Cristo continua vivo no meio de nós.
2. Às mulheres que foram ao sepulcro o anjo mandou-as dirigir-se aos apóstolos e comunicar-lhes esta novidade para que a Igreja, através delas se mobilizasse para a grande obra da primeira evangelização.
As mulheres, com a surpresa do sepulcro vazio, recebem e notícia de que Cristo Ressuscitado vai à sua frente e à frente dos apóstolos para a Galileia dos gentios.
Hoje a Galileia dos gentios é para nós cristãos e comunidades cristãs o mundo em que nos encontramos. Um mundo que precisa, como nunca, de se reencontrar com os valores do Evangelho. E nele também já está nos precedem Jesus Cristo Ressuscitado e o Seu Espírito.
3. Com a sua ressurreição de entre os mortos, Jesus não apenas desfaz a injustiça que representa sempre a morte imposta a um inocente, não apenas dá ao mundo a prova máxima da sua identidade divina, mas também oferece a todo o mundo a Salvação que lhe é necessária; salvação que começa no tempo e se prolonga na eternidade.
De facto o nosso mundo reconhece que tem necessidade de salvação, porque há metas de humanidade longe de estarem conseguidas. A distanciar-nos dessas metas está a persistência de variadas formas de ódio e de violência, contra o desejo de paz e reconciliação que de facto habita o mais fundo do coração humano. Está o desequilíbrio, que infelizmente cresce em vez de diminuir, entre os mais fortes e os mais fracos, os mais capazes e dos menos capazes.
Há sinais de que o isolamento e a solidão continuam a crescer; retarda-se o fim de todas as formas de exclusão e, por isso falta muito para se
cumprir o sonho legítimo de todas as pessoas terem as condições necessárias para viverem a sua vida sempre com dignidade. Entre essas condições estão as materiais, mas têm de se incluir outras como são as boas relações, o reconhecimento do valor e da dignidade pessoal de todos e de cada um, o acesso a bens de cultura e outros, incluindo tempo para os fruir, com vista a que cada um possa viver a sua vida em plenitude.
4. Mas a grande novidade de Cristo Ressuscitado é que a vida venceu definitivamente a morte e assim ficam-nos abertas as portas da eternidade.
Que nesta Páscoa Jesus Cristo vivo e fonte de vida seja verdadeiramente sentido e experimentado na nossa vidas de cristãos e comunidades cristãs e nos ajude a discernir os novos caminhos de vivência e anúncio da Fé que temos de percorrer.
Que a luz de Cristo Ressuscitado, através dos cristãos e comunidades cristãs, ajude a nossa sociedade actual a reencontrar-se com os valores fundamentais, que são, em primeiro lugar, a vida e as instituições que têm por missão promovê-la e defendê-la.
Guarda, Sé catedral, (Vigília Pascal), 11-04-2009
+Manuel Rocha Felício, Bispo da Guarda
A vida venceu a morte.
A tristeza deu lugar à alegria.
A Luz de Cristo ressuscitado iluminou as trevas da Humanidade
1. Foi esta a surpresa de Maria Madalena, quando, na madrugada da Ressurreição, juntamente com Maria, Mãe de Tiago e Salomé, se dirigiu, apressadamente, ainda escuro, para o Sepulcro de Jesus. Levavam Consigo os perfumes para embalsamar o corpo do seu Senhor, como era costume, pois não tiveram tempo de o fazer na Sexta-feira anterior e o Sábado era dia de descanso obrigatório, com a razão acrescida de que este era a grande festa anual da Páscoa Judaica.
Encontraram a pedra do Sepulcro removida, o corpo de Jesus não estava lá, mas estava um jovem vestido de branco que lhe explicou: “Não temais. Procurais Jesus de Nazaré: Ressuscitou. Não está aqui. Ide dizer aos discípulos que Ele vai adiante de Vós para a galileia. Lá o vereis”.
A surpresa foi grande e deu uma grande volta às suas vidas, que, desta forma renascem para a esperança, mas também para a responsabilidade de acompanharem, de novo, o Ressuscitado pelos caminhos da Galileia dos gentios.
Essa surpresa e essa grande mudança de vida têm que ser também hoje de todos os baptizados. Como sublinha S. Paulo, na passagem sempre escutada em todas as Vigílias pascais, “todos nós que fomos baptizados em Cristo fomos baptizados na sua morte. (Isto é), fomos sepultados com Ele pelo Baptismo na sua morte para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova”.
Por isso, aprofundando a consciência da nossa identificação com Cristo, nesta Páscoa nós queremos, como as mulheres que foram ao Sepulcro, deixar-nos surpreender pela novidade do Sepulcro vazio, mas sobretudo pela certeza de que Cristo continua vivo no meio de nós.
2. Às mulheres que foram ao sepulcro o anjo mandou-as dirigir-se aos apóstolos e comunicar-lhes esta novidade para que a Igreja, através delas se mobilizasse para a grande obra da primeira evangelização.
As mulheres, com a surpresa do sepulcro vazio, recebem e notícia de que Cristo Ressuscitado vai à sua frente e à frente dos apóstolos para a Galileia dos gentios.
Hoje a Galileia dos gentios é para nós cristãos e comunidades cristãs o mundo em que nos encontramos. Um mundo que precisa, como nunca, de se reencontrar com os valores do Evangelho. E nele também já está nos precedem Jesus Cristo Ressuscitado e o Seu Espírito.
3. Com a sua ressurreição de entre os mortos, Jesus não apenas desfaz a injustiça que representa sempre a morte imposta a um inocente, não apenas dá ao mundo a prova máxima da sua identidade divina, mas também oferece a todo o mundo a Salvação que lhe é necessária; salvação que começa no tempo e se prolonga na eternidade.
De facto o nosso mundo reconhece que tem necessidade de salvação, porque há metas de humanidade longe de estarem conseguidas. A distanciar-nos dessas metas está a persistência de variadas formas de ódio e de violência, contra o desejo de paz e reconciliação que de facto habita o mais fundo do coração humano. Está o desequilíbrio, que infelizmente cresce em vez de diminuir, entre os mais fortes e os mais fracos, os mais capazes e dos menos capazes.
Há sinais de que o isolamento e a solidão continuam a crescer; retarda-se o fim de todas as formas de exclusão e, por isso falta muito para se
cumprir o sonho legítimo de todas as pessoas terem as condições necessárias para viverem a sua vida sempre com dignidade. Entre essas condições estão as materiais, mas têm de se incluir outras como são as boas relações, o reconhecimento do valor e da dignidade pessoal de todos e de cada um, o acesso a bens de cultura e outros, incluindo tempo para os fruir, com vista a que cada um possa viver a sua vida em plenitude.
4. Mas a grande novidade de Cristo Ressuscitado é que a vida venceu definitivamente a morte e assim ficam-nos abertas as portas da eternidade.
Que nesta Páscoa Jesus Cristo vivo e fonte de vida seja verdadeiramente sentido e experimentado na nossa vidas de cristãos e comunidades cristãs e nos ajude a discernir os novos caminhos de vivência e anúncio da Fé que temos de percorrer.
Que a luz de Cristo Ressuscitado, através dos cristãos e comunidades cristãs, ajude a nossa sociedade actual a reencontrar-se com os valores fundamentais, que são, em primeiro lugar, a vida e as instituições que têm por missão promovê-la e defendê-la.
Guarda, Sé catedral, (Vigília Pascal), 11-04-2009
+Manuel Rocha Felício, Bispo da Guarda
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