sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Homilia - Dia Mundial dos Doentes

1.Reunimo-nos aqui para dar cumprimento ao convite do Santo Padre dirigido a todas as Igrejas Diocesanas para que se reúnam à volta do seu Bispo, em momento forte de oração, a fim de reflectir e decidir iniciativas de sensibilização acerca da realidade do sofrimento.

2.A Palavra de Deus, hoje proclamada em todas as assembleias eucarísticas, no dia também comemorativo das aparições de Nossa Senhora em Lurdes à Jovem Bernardete, sublinha em primeiro lugar, a grandeza da nossa condição humana.
Somos criaturas de Deus, que nos arrancou ao pó da terra, insuflando-nos com o seu sopro de vida. Diz-nos também o Evangelho que reside no mais fundo do coração de cada ser humano a fonte única de tudo o que o constrói a ele e a quantos com ele constituem o tecido da Sociedade mas também daquilo que o pode destruir a si mesmo com repercussão nos seus semelhantes. É esta a nossa condição humana. Sujeitos de uma dignidade sem medida, mas também sujeitos a decisões que temos de tomar em cada momento que passa sempre com repercussão na rede social e comunitária.

3.Neste Dia Mundial do doente, o Papa Bento XVI convida-nos a todos nós enquanto cristãos e membros da Igreja a pensarmos formas inovadoras de exercermos a nossa responsabilidade comunitária para com os irmãos doentes.
A nossa atenção deve centrar-se, por indicação do Santo Padre nas crianças e nas pessoas mais fracas e indefesas, principalmente nas crianças doentes e a sofrerem por qualquer motivo. Lembra as crianças feridas no corpo e na alma, que são vítimas de guerras e de conflitos; lembra os meninos da rua, sem família; lembra os mais pequeninos que morrem à fome, à sede ou com falta de cuidados de saúde.
Perante estes e outros factos em que o sofrimento alastra pela vida das pessoas, o Papa pede às comunidades, paróquias e dioceses que levem a sério a consciência de serem “famílias de Deus”, portanto com a missão de acolherem, acompanharem e ajudarem a viver com esperança estas situações de sofrimento.
Apela também a uma colaboração cada vez mais intensa e organizada entre os profissionais de saúde das instituições públicas e as comunidades cristãs sediadas no mesmo território.
Por sua vez, continua a lembrar-nos o Santo Padre, as comunidades cristãs, através de grupos mandatados para esse efeito devem ajudar as famílias dos que sofrem, procurando criar um clima de serenidade e de esperança.
Desta forma como cristãos e comunidades cristãs damos o melhor testemunho de amor à vida humana.
Na parte final da mensagem que nos enviou com data de 2 de Fevereiro, o Santo Padre faz questão de se associar espiritualmente a quantos estão marcados pela doença e lembra o exemplo luminoso do Papa João Paulo II pela forma como aceitou o sofrimento na parte final da sua vida.
Confessa uma confiança muito especial no apoio materno de Nossa Senhora para quantos passam por situações dolorosas de sofrimento.
De facto , Santuários Marianos como o de Nossa Senhora de Fátima e Nª Srª de Lurdes, sempre foram lugares de acolhimento aos doentes e iluminação do sofrimento humano com a esperança cristã.
Nesta celebração do Dia Mundial do doente na nossa Diocese também queremos pedir a Deus através da solicitude maternal de Maria Santíssima que nos ajude no conjunto das nossas Paróquias a organizar bem este serviço da comunidade em favor dos irmãos que estão doentes, segundo os critérios simples e claros que o Santo Padre nos aponta.

+Manuel da Rocha Felício, Bispo da Guarda

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