Cristo Ressuscitou! Aleluia! Aleluia.
É este o cântico de alegria da Vigília Pascal e do Domingo de Páscoa, como também de todo o Tempo Pascal até ao Pentecostes.
Nele ressoa a mensagem surpreendente dos dois anjos vestidos em trages resplandecentes que dizem às mulheres: “Porque buscais entre os Aquele que está vivo? Não está aqui. Ressuscitou”.
A Vigília Pascal é a celebração mais importante de todo o nosso ano. Para ela nos preparámos ao logo dos 40 dias da Quaresma, por uma renovação mais intensa da nossa vida de baptizados; ela é, na verdade, uma autêntica explosão de luz, que vai iluminar a nossa vida não só durante o tempo pascal que agora se inicia e se prolonga até ao Pentecostes, mas também nas restantes partes do ano em que, sobretudo a partir do domingo e da Eucaristia Dominical, pretende¬mos que toda a nossa vida seja iluminada e ganhe novo sentido pela luz da Ressurreição de Cristo.
Toda a Liturgia hoje nos convoca para mergulharmos nas raízes mais fundas da nossa história de Fé e da nossa identidade cristã. Assim, pela Palavra de Deus, hoje mais abundantemente proclama¬da e meditada, contemplamos a história do amor de Deus em diálogo com os homens desde a criação, passando pela aliança com Abraão, Moisés e os Profetas, até à Ressurreição de Cristo, que inaugura uma humanidade nova, na qual nós já entrámos pelo Baptismo.
O acontecimento do Êxodo é um das mais importantes marcos desta história de salvação, como o Baptismo constitui também o mais importante marco da história pessoal da nossa Fé. Nele, como lembra hoje S. Paulo aos Romanos, nós morremos para tudo o que é velho, isto é, para tudo o que nos afasta de Deus, da comunhão com Ele e com os irmãos e ressuscitámos com Cristo para a vida nova de filhos de Deus. E é esse hoje o nosso estatuto. Estatuto que temos de todos os dias aplicar mais e melhor às nossas decisões e comportamentos. Quando, dentro de momentos, renovarmos as promessas do nosso Baptismo, queremos refazer o propósito de acelerar e aprofundar a nossa identificação com Cristo, exigência do Baptismo que, um dia, recebemos. A Eucaristia com que terminaremos esta Vigília Pascal vai ser o momento culminante do nosso encontro com Cristo Ressuscitado e da alegria que Ele em nós realiza.
Celebramos a Páscoa quando falta pouco mais de um mês para recebermos, em Portugal, a visita do Santo Padre Bento XVI. Ele vem, como já está divulgado, para nos ajudar a caminhar na esperança, reforçando a nossa identidade cristã e também o mandato para a missão recebido do próprio Cristo. É isso que nos diz o lema escolhido para divulgar esta visita papal – “Contigo caminhamos na esperança: sabedoria e missão”.
Desejamos desde já iniciar a nossa preparação para este encontro de graça com Aquele que é o Pastor da Igreja Universal, a cabeça do Colégio Episcopal e o Vigário de Cristo na terra.
Ele vem convocar-nos para reavivarmos a nossa Fé, sobretudo através do encontro mais forte e mais consciente com a Palavra de Deus. Vem para ajudar a dinamizar a nossa esperança e a revigorar a nossa caridade.
A nossa esperança cristã ficará mais fortalecida e dinamizada, na medida em que formos capazes de relançar a vida de Fé das nossas comunidades cristãs e também contribuirmos para abrir caminhos novos na superação das muitas dificuldades e crises que a nossa sociedade atravessa. Sentimos também que a nossa caridade, incluindo o que chamamos caridade organizada e que é responsabilidade inadiável de cada comunidade cristã, precisa de ser relançada. Precisamos de responder, com mais eficácia ainda, aos inúmeros dramas da nossa sociedade, particularmente às novas formas de pobreza, que não cessam de se multiplicar. Para isso temos de cuidar as iniciativas de solidariedade e acção social que já existem e criar outras, quando necessário.
Estas são algumas das razões que nos levam a esperar da visita do Santo Padre novos incentivos para levarmos a cada uma das nossas comunidades de Fé a chama e o dinamismo da vida nova em Cristo Ressuscitado. Pela parte que nos toca, desejamos que ela nos ajude a elaborar um programa de acção pastoral aplicável a todas e cada uma das nossas comunidades de Fé; um programa por onde venha a passar o fortalecimento da vida nova em Cristo Ressuscitado, mas também a resposta de Fé às alterações culturais e civilizacionais em que hoje vivemos. Encontro com Cristo Ressuscitado através da sua Palavra e caminhos de resposta, com a luz da Fé, aos grandes problemas que hoje se colocam às pessoas que vivem em sociedade têm de ser as duas grandes linhas de força deste programa.
Cuidar os diferentes ministérios da vida das nossas comunidades cristãs terá de ser outra grande preocupação. E aqui sentimos haver caminho para optimizar ainda mais a colaboração entre os nossos sacerdotes, os nossos diáconos e outros ministérios que, graças a Deus, em elevado número já temos espalhados pelas diferentes comunidades da nossa Diocese. Mas sentimos que temos de criar outros ministérios laicais para responder a novas necessidades, principalmente as sentidas por comunidades que desejam empenhar-se, de verdade, em viver da Palavra de Deus para crescimento na Fé e serviço à sociedade.
Para sermos cada vez mais fiéis aos dinamismos da Vida Nova saídos da Pessoa de Cristo Ressuscitado, precisamos também de cuidar as estruturas de participação na vida das nossas comunidades. Precisamos de utilizar melhor aquelas que já temos ou nos são recomendadas e porventura criar outras. O que está em causa é criar todas as condições para que a vida nova de Cristo Ressuscitado se torne vida de cada um dos baptizados; possa marcar o ritmo da vida de cada uma das nossas comunidades cristãs, como de toda a nossa Diocese. E tudo isto para que o mundo creia.
Desejo que esta Noite Pascal seja para todos nós, nossas famílias e amigos, como também para todas as nossas comunidades cristãs vivida na alegria da Vida Nova de Cristo Ressuscitado. E que esta alegria seja cada vez mais visível na nossa vida pessoal e comunitária e assim o mundo possa ter um sinal credível do amor de Deus singularmente revelado na Ressurreição de Cristo, que hoje alegre¬mente cantamos.
Aleluia! Cristo Ressuscitou.
Boas Festas.
+Manuel da Rocha Felício, Bispo da Guarda
É este o cântico de alegria da Vigília Pascal e do Domingo de Páscoa, como também de todo o Tempo Pascal até ao Pentecostes.
Nele ressoa a mensagem surpreendente dos dois anjos vestidos em trages resplandecentes que dizem às mulheres: “Porque buscais entre os Aquele que está vivo? Não está aqui. Ressuscitou”.
A Vigília Pascal é a celebração mais importante de todo o nosso ano. Para ela nos preparámos ao logo dos 40 dias da Quaresma, por uma renovação mais intensa da nossa vida de baptizados; ela é, na verdade, uma autêntica explosão de luz, que vai iluminar a nossa vida não só durante o tempo pascal que agora se inicia e se prolonga até ao Pentecostes, mas também nas restantes partes do ano em que, sobretudo a partir do domingo e da Eucaristia Dominical, pretende¬mos que toda a nossa vida seja iluminada e ganhe novo sentido pela luz da Ressurreição de Cristo.
Toda a Liturgia hoje nos convoca para mergulharmos nas raízes mais fundas da nossa história de Fé e da nossa identidade cristã. Assim, pela Palavra de Deus, hoje mais abundantemente proclama¬da e meditada, contemplamos a história do amor de Deus em diálogo com os homens desde a criação, passando pela aliança com Abraão, Moisés e os Profetas, até à Ressurreição de Cristo, que inaugura uma humanidade nova, na qual nós já entrámos pelo Baptismo.
O acontecimento do Êxodo é um das mais importantes marcos desta história de salvação, como o Baptismo constitui também o mais importante marco da história pessoal da nossa Fé. Nele, como lembra hoje S. Paulo aos Romanos, nós morremos para tudo o que é velho, isto é, para tudo o que nos afasta de Deus, da comunhão com Ele e com os irmãos e ressuscitámos com Cristo para a vida nova de filhos de Deus. E é esse hoje o nosso estatuto. Estatuto que temos de todos os dias aplicar mais e melhor às nossas decisões e comportamentos. Quando, dentro de momentos, renovarmos as promessas do nosso Baptismo, queremos refazer o propósito de acelerar e aprofundar a nossa identificação com Cristo, exigência do Baptismo que, um dia, recebemos. A Eucaristia com que terminaremos esta Vigília Pascal vai ser o momento culminante do nosso encontro com Cristo Ressuscitado e da alegria que Ele em nós realiza.
Celebramos a Páscoa quando falta pouco mais de um mês para recebermos, em Portugal, a visita do Santo Padre Bento XVI. Ele vem, como já está divulgado, para nos ajudar a caminhar na esperança, reforçando a nossa identidade cristã e também o mandato para a missão recebido do próprio Cristo. É isso que nos diz o lema escolhido para divulgar esta visita papal – “Contigo caminhamos na esperança: sabedoria e missão”.
Desejamos desde já iniciar a nossa preparação para este encontro de graça com Aquele que é o Pastor da Igreja Universal, a cabeça do Colégio Episcopal e o Vigário de Cristo na terra.
Ele vem convocar-nos para reavivarmos a nossa Fé, sobretudo através do encontro mais forte e mais consciente com a Palavra de Deus. Vem para ajudar a dinamizar a nossa esperança e a revigorar a nossa caridade.
A nossa esperança cristã ficará mais fortalecida e dinamizada, na medida em que formos capazes de relançar a vida de Fé das nossas comunidades cristãs e também contribuirmos para abrir caminhos novos na superação das muitas dificuldades e crises que a nossa sociedade atravessa. Sentimos também que a nossa caridade, incluindo o que chamamos caridade organizada e que é responsabilidade inadiável de cada comunidade cristã, precisa de ser relançada. Precisamos de responder, com mais eficácia ainda, aos inúmeros dramas da nossa sociedade, particularmente às novas formas de pobreza, que não cessam de se multiplicar. Para isso temos de cuidar as iniciativas de solidariedade e acção social que já existem e criar outras, quando necessário.
Estas são algumas das razões que nos levam a esperar da visita do Santo Padre novos incentivos para levarmos a cada uma das nossas comunidades de Fé a chama e o dinamismo da vida nova em Cristo Ressuscitado. Pela parte que nos toca, desejamos que ela nos ajude a elaborar um programa de acção pastoral aplicável a todas e cada uma das nossas comunidades de Fé; um programa por onde venha a passar o fortalecimento da vida nova em Cristo Ressuscitado, mas também a resposta de Fé às alterações culturais e civilizacionais em que hoje vivemos. Encontro com Cristo Ressuscitado através da sua Palavra e caminhos de resposta, com a luz da Fé, aos grandes problemas que hoje se colocam às pessoas que vivem em sociedade têm de ser as duas grandes linhas de força deste programa.
Cuidar os diferentes ministérios da vida das nossas comunidades cristãs terá de ser outra grande preocupação. E aqui sentimos haver caminho para optimizar ainda mais a colaboração entre os nossos sacerdotes, os nossos diáconos e outros ministérios que, graças a Deus, em elevado número já temos espalhados pelas diferentes comunidades da nossa Diocese. Mas sentimos que temos de criar outros ministérios laicais para responder a novas necessidades, principalmente as sentidas por comunidades que desejam empenhar-se, de verdade, em viver da Palavra de Deus para crescimento na Fé e serviço à sociedade.
Para sermos cada vez mais fiéis aos dinamismos da Vida Nova saídos da Pessoa de Cristo Ressuscitado, precisamos também de cuidar as estruturas de participação na vida das nossas comunidades. Precisamos de utilizar melhor aquelas que já temos ou nos são recomendadas e porventura criar outras. O que está em causa é criar todas as condições para que a vida nova de Cristo Ressuscitado se torne vida de cada um dos baptizados; possa marcar o ritmo da vida de cada uma das nossas comunidades cristãs, como de toda a nossa Diocese. E tudo isto para que o mundo creia.
Desejo que esta Noite Pascal seja para todos nós, nossas famílias e amigos, como também para todas as nossas comunidades cristãs vivida na alegria da Vida Nova de Cristo Ressuscitado. E que esta alegria seja cada vez mais visível na nossa vida pessoal e comunitária e assim o mundo possa ter um sinal credível do amor de Deus singularmente revelado na Ressurreição de Cristo, que hoje alegre¬mente cantamos.
Aleluia! Cristo Ressuscitou.
Boas Festas.
+Manuel da Rocha Felício, Bispo da Guarda
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